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A situação dos profissionais da saúde

Com altos índices de contaminação da Covid-19 em profissionais da saúde. O DF, o Brasil e o mundo agonizam por conta do vírus

Andrews Nery

A situação de profissionais da saúde fica mais crítica a cada dia que se passa da pandemia do novo coronavírus. Não só no Brasil, mas no mundo, o vírus afetou o cotidiano desses trabalhadores, que hoje em dia precisam lidar diariamente com situações de risco a própria vida. Além de conviver com a falta de materiais de proteção individual, que são essenciais no combate à doença.


Segundo dados divulgados pelo Comitê Gestor de Crise do Conselho Federal de Enfermagem (COFEM), o Brasil já registra 88 mortes e 10 mil afastamentos de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem por conta da Covid-19. Para piorar a situação, o país bate recordes de mortes a cada dia com a doença. O número de óbitos já entrou na casa dos quatro dígitos, ultrapassando mais de mil mortes por dia.

Uma dessas profissionais afetada pela doença é a técnica de enfermagem Garben Hellen, 52, que conta sobre como o vírus afetou seu cotidiano. “Minha vida mudou bastante. Antes chegávamos tranquilos para trabalhar, hoje não”, explica Hellen.


A mulher trabalha em um posto de saúde em Sobradinho-DF e conta que apesar de todos os percalços, tem o “desejo de ajudar” todos os que passarem por enfermidades durante a crise. “Em casa eu durmo em quarto separado. Uso máscara e evito contato. Além disso, já tivemos problema com falta de EPI’s. É uma situação difícil. Temos uma boa parte da população que não usa máscaras, então, a aglomeração de hoje só vai ter consequências em 14 dias. Mas apesar de tudo, gosto do meu trabalho”, conta Garben sobre conviver com a ameaça do vírus.


A profissional, porém, para passar com bom humor e esperança pela crise, lembra da letra da música País Tropical de Jorge Ben Jor: “Moro num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza". "É por isso que todos os dias entregamos nossas vidas na mão de Deus e seguimos”, finaliza.

Entidades e órgãos de Estado acompanham a situação 


Instituições vem acompanhando a dura realidade desses trabalhadores. O presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Dr. Gutemberg, afirmou que a situação da categoria, não só dos médicos, mas como de todos os trabalhadores envolvidos no combate a Covid-19, é crítica.


“Primeiro temos que louvar a atuação desses profissionais, não só dos médicos. Mas a situação é crítica. Temos muitos profissionais infectados. Para mudar esse quadro, precisamos de um bom número de equipamento de proteção individual para os trabalhadores”, explica Gutemberg.


O representante dos médicos ainda chamou atenção para os portadores assintomáticos e para as consequências da flexibilização do isolamento social: “Ainda tem o problema daquelas pessoas que não manifestam sintomas e que entram em contato com outras pessoas. Isso, somado a essa flexibilização do isolamento social, pode gerar uma sobrecarga no sistema de saúde do DF”, completa.


Situação de EPl’s


Questionada sobre a falta de equipamentos de proteção aos profissionais que trabalham na rede pública do DF, a Secretária de Saúde esclareceu que não há falta de EPI's no DF. 'Recentemente, a SES-DF investiu R$20 milhões na compra de equipamentos de proteção. A quantidade comprada é estimada para abastecer a rede por um período de aproximadamente seis meses', explica a pasta.

Ainda segundo o órgão, ao todo são 51 milhões de itens que estarão disponíveis para a rede. Estão contemplados na compra os macacões de pulverização, protetor facial com viseira flexível, sapatilha descartável, macacão protetor para quimioterapia, touca hospitalar descartável, óculos de proteção individual ante embaçante, avental/capote cirúrgico estéril descartável, luva nitrílica para procedimento não cirúrgico, máscara de proteção respiratória (N95), máscara cirúrgica descartável e luva de procedimento não estéril de látex.

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